Igrejas, fábricas, estações de trem e até catacumbas viram casas!
Sustentabilidade e fantasia orientam retrofits
inusitados, que eliminam as diferenças
entre morar, trabalhar e se divertir.
À busca pelo novo somam-se ao sentimento ecológico e a
fantasia, ingredientes que estimulam os inusitados retrofts. Essas
revitalizações surgem da necessidade de integrar funções, eliminando diferenças
entre morar, trabalhar e divertir-se. E refletem a flexibilidade do homem
moderno”, avalia o arquiteto sueco Per-Johan Dahl, autor, junto de Caroline
Dahl, do livro Loft, que analisa o conceito dos
precursores dessa onda: os primeiros galpões industriais convertidos em casas,
há 20 anos.
Trilhado na Europa e nos Estados Unidos desde os anos 60,
esse caminho popularizou-se na década seguinte, sob influência de intelectuais
como Jane Jacobs – autora de Morte e Vida de Grandes Cidades, um clássico do
urbanismo.
Estimulado
pelo inconformismo, sintetiza um novo jeito de viver, de sentir, de ver o
mundo. “Meu prédio manteve sua herança cultural, e é muito bom saber que ele
ainda estará aqui em 100 anos”, fala Ronald Olthof, dono da casa-igreja. Outros
aspectos também atraem o interesse dos moradores: dimensões, valor dos imóveis
e qualidade construtiva. Edifícios mais velhos apresentam uma paleta de
materiais que muitas obras atuais já não podem se dar ao luxo de utilizar, como
ferro fundido e madeira nobre. Juntos, os três pontos são o retrato de um
movimento urbanístico bem mais amplo, em que entram desde a revitalização de
áreas deterioradas por intermédio de projetos inovadores até o ímpeto coletivo
de trocar o carro pela bicicleta. “Executado com sensibilidade, o retroft
mantém intacta a alma do lugar”, lembra Francis D. K. Ching, professor do
departamento de Arquitetura do College of Built Environments, da Universidade
de Washington. “O mix entre o velho e o novo dá a sensação de viver entre dois
mundos e ter o melhor de cada um”, resume o designer Jeroen van Zwetselaar, da
casa-estação.
[...] RETROFIT.
Quem lida no mundo da construção talvez nunca tenha ouvido falar tanto
em “retrofit” como nos últimos tempos. O termo em Inglês nada mais é do
que a popular “reforma”, mas aqui com um sentido de customizar, adaptar e
melhorar os equipamentos, conforto e possibilidades de uso de um antigo
edifício. Mas porque reformar ao invés de fazer um prédio novo? Bem, há
várias coisas a serem consideradas.
De algum tempo para cá o termo retrofit tem sido pronunciado com frequência crescente no quotidiano dos arquitetos, construtores e
decoradores. Com a tradução liberal de “colocar o antigo em boa forma”, o
termo retrofit tem sido amplamente empregado com o sentido de
renovação, de atualização mas mantendo as características intrínsecas do
bem retrofitado. Não se trata simplesmente de uma reconstrução, pois
esta implicaria em uma simples restauração. Ao invés disto, busca-se o
renascimento. No mundo da construção, a arte de retrofitar está aliada
ao conceito de preservação da memória e da história.
A prática do retrofit surgiu e foi desenvolvida na Europa, onde ocupa
importância crescente devido à enorme quantidade de edifícios antigos e
históricos.
A motivação principal é revitalizar antigos edifícios, aumentando sua
vida útil usando tecnologias avançadas em sistemas prediais e materiais
modernos, compatibilizando-os com as restrições urbanas e ocupacionais
atuais, sem falar da preservação do patrimônio histórico, sobretudo o
arquitetônico.
Na maior parte dos casos, o retrofit acaba saindo mais caro do que
derrubar o antigo edifício e construir um novo, mas quando se trata de
preservar o patrimônio histórico o custo é deixado de lado. Porém nem
sempre é assim -- um retrofit corretamente planejado, projetado e
executado poderá manter o edifico constantemente atualizado, a despeito
do desafio enfrentado, aumentando sua vida útil, diminuindo custos com
manutenção e aumentando suas possibilidades de uso. Por isto mesmo, o
retrofit pode e deve buscar, com eficiência, dotar o edifício de
atualidade tecnológica que possa traduzir-se em conforto, segurança e
funcionalidade para o usuário mas mantendo a viabilidade econômica para o
investidor.
RETROFIT URBANO
O retrofit não se limita a edifícios, mas pode atingir também grandes
áreas urbanas, especialmente quando se aborda a questão da revitalização
urbana e atualização de construções. Em qualquer das situações o
retrofit tem o sentido de renovação, onde se pressupõe uma intervenção
integral, obrigando-se ao encontro de soluções nas fachadas, instalações
elétricas e hidráulicas, circulação, elevadores, proteção contra
incêndio e demais itens que caracterizam o uso do que existir de melhor
no mercado.
De tudo o que foi exposto, percebe-se que o retrofit deve buscar a
eficiência, pois é mais difícil do que iniciar uma obra, em função das
limitações físicas da antiga estrutura, entretanto, a redução do prazo e
a adequação geográfica do imóvel certamente estimulam cada vez mais a
adoção desta prática.
Show de bola rebeca macarrão! nao conhecia o termo.
ResponderExcluirRs.
ExcluirQue bom que gostou Paulo!
Espero sempre sua visita no Blog Arquiteta de Plantão.
Beijo.